segunda-feira, 11 de abril de 2011

Citação para comentar durante período de Páscoa


"although the process of translating obviously always precedes its product ... in time, it turns out that from the semiotic point of view, the (potential) product, and especially its (prospective) position and functions in the target system, should be assigned precedence over the process."


In: Toury, Gideon. 2010. “Translation: a Cultural-Semiotic Perspective” in: Sebeok, Thomas A. et al. (Eds.), Encyclopedic Dictionary of Semiotics, Berlin/New York/Amsterdam:Mouton de Gruyter. 1136.

4 comentários:

  1. O que está a ser exposto pelo autor neste segmento é na verdade uma norma básica mas importante do processo de tradução. Todos sabemos que o processo de traduzir um texto não pode ser apenas uma tradução literal. O texto de chegada não faria sentido, pois temos de ter em conta que estamos a transportar uma mensagem de um código para outro bastante diferente. Certas expressões, palavras e até a estrutura do texto de partida não farão sentido no texto de chegada. O que Toury está realmente a dizer é que devemos analisar cuidadosamente o texto de partida e concebermos previamente na nossa mente a(s) ideia(s) que o texto de chegada deve exprimir. Ou seja, criarmos um esboço do texto de chegada primeiro, e apenas depois começarmos o processo de tradução. Consoante a mensagem do texto e a língua de chegada, algums elementos do texto de partida serão então modificados e ou eliminados.
    No texto de Christiane Nord, a autora critica o modelo de três fases da tradução (análise, transferência, sintese) por não ser uma correcta representação do processo de tradução, apresentando por sua vez o modelo "looping", em que o tradutor apenas traduz partes do texto de partida que sejam relevantes para o objectivo do texto de chegada, como exemplifica neste exemplo:

    "A report by an eyewitness of the "soft revolution" in the former GDR on November 9th, 1989, has been recorded on tape and subsequentely transcribed. An American journalist asks for a translation of the transcript because he wants to use the information for a book on the political changes in Eastern Europe in 1989. In view of this intended TT function, the translator will pay special atention to any information explicitly or implicitly contained in the report, neglecting, however, the features of spontaneous, informal speech and the rhetorical clichés used by the eyewitness to impress the interviewer, as these are of secondary importance for the journalist's purpose. However, if the transcript is to be translated for publication in an American newspaper as an "eyewitness report", the features of spontaneous and emotional speech are of particular interest because they will signal the next type of "eyewitness report" to the readers."

    -Filipe Gomes Nº41527

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  2. Realmente é no esboço do texto de chegada posterior ao acto da tradução que se verifica a importância do trabalho do tradutor na produção de um texto que represente bem o conteúdo do texto de partida.

    O tradutor deve saber qual é o publico alvo a que o texto se destina, quais as suas necessidades e inserir o seu texto de chegada dentro de um contexto cultural diferente.

    Durante uma tradução podemos muitas vezes verificar que há elementos no texto de partida que são completamente desnecessários para a realização do texto de chegada que nós idealizamos e que achamos que será o mais relevante para os leitores. Logo somos obrigados a eliminar elementos do texto de partida que consideremos desnecessários.

    Paralelamente, muitas vezes podemos ser confrontados com desafios ao nível da mudança de explicitação de um texto. É comum encontrar fenómenos culturais presentes numa cultura que estão completamente diferentes ou ausentes noutra e nesse caso temos que planear um texto de chegada com um maior grau de explicitação.

    Ricardo Boavista – Nº 35935.

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  3. Traduzir um texto implica uma série de operações. Critérios que determinam o tipo de processo a usar, as relações existentes entre o texto de origem e o texto de chegada, palavra por palavra, adequação, interpretação, semiótica, etc. No caso da semiótica, numa tradução do francês para o inglês, "banlieue" e "suburbs" é traduzido como subúrbios, mas a nível semiótico e cultural atribui-se um sentido diferente à palavra. Em inglês tem uma conotação diferente da do francês, no primeiro caso significa cercanias ou redondezas onde a criminalidade é elevada,os seus habitantes vivem abaixo do limite da pobreza, etc. Em francês é o inverso. É a semiótica que a cultura gerou.
    O método a usar é a principal tarefa de um tradutor. Os termos a empregar, resultado - efeito, dúvidas e por fim obtem-se o produto final.
    Um dos maiores obstáculos que ocorre no processo, são os termos a utilizar afim de obter um produto final compreensível aos leitores a que se destina.
    Aspectos culturais do processo ( Tp ) são aspectos relevantes a analisar, uma vez que o produto final ( Tc ) muitas das vezes tem que ser adaptado à época em que são traduzidos. Entre o processo e o produto final, o tradutor depara-se por vezes com incertezas, tem dúvidas entre o que ocorre no processo e no produto final, actividade essa onde existe uma grande ambiguidade.
    Traduzir um texto implica um conjunto de factores relevantes a serem considerados: sinonímia, interpretação, tipologia, naturalização, método domesticante ou a opção pela " estranheza ", pegando nas palavras de Schleiermacher " mover o leitor " tanto quanto possível até junto do autor do original...

    Rui Jorge Costa - nº 35661

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  4. Tal como os colegas referiram anteriormente, bem como os textos sobre universais de tradução de Laviosa e o texto de Chesterman e Wagner “How Do I Get There?”, o tradutor, para transmitir a ideia essencial do texto, tem de ter em conta os aspectos culturais do texto de chegada, bem como outros factores de transferência de um código de linguagem para outro, pois, sendo as línguas muito diferentes umas das outras, cada uma tem as suas características, as suas particularidades e, muitas vezes, expressões idiomáticas que não são entendidas na cultura de chegada e para as quais não há tradução. Quando muito há uma explicação do que essa expressão quer dizer para que a ideia principal seja compreendida. Para isso servem as várias estratégias de tradução, entre elas a mudança a nível de explicitação, que serve para tornar explícito algo que está implícito ou o contrário. Pode-se, assim, tornar explícito algo que, numa cultura, percebe-se sem haver necessidade de descrever mais pormenorizadamente, e noutra é mais difícil de chegar à ideia que se pretende passar, pois os conceitos da cultura de chagada são diferentes dos conceitos da cultura de partida, havendo necessidade de adaptação às características de uma cultura diferente.
    Deve-se, assim, pensar no impacto que uma tradução pode ter no público-alvo antes de traduzir e, se por exemplo, na cultura de chegada algo não tem tanta importância como na cultura de partida, sendo facilmente inferido, pode-se omitir as partes consideradas desnecessárias para a compreensão do sentido do texto.

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