domingo, 27 de fevereiro de 2011

Análise do Texto "Translation: A Cultural Semiotic Perspective" de Gideon Toury


 A vosso pedido, e para colmatar utilização caótica do quaro, aqui vai em versão digital uma súmula da aula sobre Toury. Podem aproveitar agora para expor as vossas dúvidas e acréscimos na caixa de comentários. 

Cultura, de uma perspectiva semiótica, considerada como a correlação funcional de diferentes sistemas de signos tornando significativa a comunicação numa comunidade (= sistema)

O que é uma entidade semiótica?
Uma mensagem / texto / conjunto de signos que partilha do mesmo código e de um conjunto de pressuposições comuns entre emissor e receptor.

O que é um sistema semiótico?
Actividade humana que regula e é regulada pelo funcionamento de uma ou vária(s) entidade(s) semiótica(s)

O que distingue o processo de tradução enquanto actividade semiótica – o facto de a transferência entre entidades semióticas ser inter ou trans-sistémica (cross-systemic)

Tradução
-       processo (traduzir): transformação de uma unidade semiótica noutra entidade que pertence a outro sub-sistema (código) ou sistema
-       potencial (traduzibilidade): grau de intercâmbio entre duas entidades semióticas mediante determinadas condições/ condicionantes de equivalência
-       produto (tradução): entidade que só pertence a um sistema semiótico, o de chegada, embora pressuponha outra entidade noutro sistema e uma equivalência factual entre elas

Traduzir
processo de 4 fases: (p. 1129)
-       decomposição em características (análise do TP)
-       selecção das caracerísticas a ser traduzidas
-       transferência das características relevantes entre fronteiras semióticas
-       recomposição da entidade resultante, atribuindo-lhe o mesmo ou outro conjunto de características relevantes

p. 1132 – traduzir como processo irreversível

critérios que determinam tipos de processo des tradução:

-       natureza do destinatário que se torna emissor (TA ou TH)
-       meio ou canal de comunicação (tradução, interpretação, legendagem, dobragem, consecutiva, simultânea)
-       tipos de mensagem (literária, técnica, bíblica, folclorista, jornalística, científica)
-       relações entre TP e TC (trad. literal, documental, parafrástica, interpretativa, parcial, instrumental...)

Traduzibilidade (condicionantes ou leis da traduzibilidade, p. 1130
-       possibilidade de reestruturar as características da entidade inicial depende da posição relativa entre línguas e culturas, mas também do que se considera a “core invariable” a ser mantida no processo de transferência
-       diferença de canais reduz traduzibilidade inicial
-       universais culturais dependentes de traduzibilidade: intromissões modelares da LP na LC, fazendo variar as condições de traduzibilidade inicial; traduzir de um sistema mais desenvolvido para outro mais primitivo envolve redução ou simplificação; traduzir de um primitivo para um mais desenvolvido envolve complexificação

p. 1138-1139, leis da traduzibilidade. É alta;
- entre pares de línguas próximos / da mesma família
- quando existe contacto entre os pares de línguas
- quando existe paralelismo de evolução cultural
- quanto mais restrito o tipo de informação
- quando existe estruturação e hierarquização semelhante nas duas línguas do par

Tradução
p. 11136 tudo o que é aceite como tradução na perspectiva da CC
logo, envolve pseudo-tradução – textos originais aceites como textos traduzidos pelos seus destinatários

normas que governam a equivalência em tradução: aceitabilidade ou adequação (p. 1138)


Toury apresenta um novo modelo tradutório, no qual, introduz uma extensão de terminologias associadas à semiótica. Este trabalho incide na significação desses mesmos termos semióticos. Para o autor, a perspectiva sócio-cultural que subjaz à acepção “semiótica da cultura” visa o contexto sócio-cultural do TC. A semiótica cultural abrange todas as actividades humanas nos seus intercâmbios, processamentos de informação e cultura, formando-se assim uma correlação funcional entre sistemas de signos, que torna significativa a situação de comunicação numa comunidade. Segundo Toury o aspecto distintivo da tradução enquanto actividade semiótica é o facto de operar entre sistemas, ser inter-sistémica. O autor refere que a utilização de “factos” tradutórios isolados pode não ser suficiente para efectuar uma tradução, tendo que se fazer uso de um estudo interdisciplinar, alargado a toda a experiência humana e a todos os aspectos sociai e culturais subjacentes ao TC e TP, para que seja possível um conhecimento dos signos, obtendo se assim uma melhor tradução.
Para Toury entidade semiótica é a mensagem que se pretende transmitir inserida num sistema semiótico. Toury Caracteriza também sistema semiótico como sendo um sistema de símbolos, como por exemplo: código morse, alfabeto latino, numeração árabe, linguagem binária, Braille, etc.
Considera-se um texto uma tradução quando se transfere o núcleo central de um sistema semiótico, ou seja, a mensagem, para outro sistema semiótico, e este é aceite pela comunidade para o qual é transferido como sendo uma tradução. Pseudo-tradução acontece quando uma obra original é apresentada como tradução.
Para Toury, o processo de tradução é o acto que engloba a miríade de operações realizadas para transferir a entidade de um sistema semiótico para outro, enquanto o produto de tradução é o resultado deste acto, a entidade semiótica aceite como tradução no sistema semiótico de chegada.
 Toury refere que a traduzibilidade é parte integrante do processo de tradução. A traduzibilidade pode ser condicionada perante o que se escolhe como invariante na entidade semiótica, e quando existe mudança ou não de canal durante a transmissão da mensagem, e será mais elevada mediante estas cinco condições;
·       1) A traduzibilidade é alta quando um par de linguagens é do mesmo tipo ou família linguística;
·       2) A traduzibilidade é alta quando existiu uma evolução cultural em linhas paralelas, mesmo quando não existiu contacto directo;
·       3) A traduzibilidade é alta quando existe contacto entre duas línguas, mesmo que não sejam do mesmo tipo;
·       4) A traduzibilidade é alta quando existe apenas um tipo de informação a ser traduzida, e diminui com a existência de outros tipos de informação e/ou com o grau de complexidade da informação dentro do texto;
·       5) A traduzibilidade é alta quando a diferenciação sistémica intrínseca (dialectal, registo, estilística) produz valores semelhantes.
Os universais culturais recorrentes das condições de traduzibilidade são; a intromissão modelar, e a simplificação, explicitação ou maior grau de sofisticação decorrentes da posição relativa entre sistemas, ou seja, se o sistema for mais desenvolvido ao passar para outro sistema menos desenvolvido poderá ser compactado, ou até perder informação. Por outro lado, se a mensagem a transmitir partir de um sistema primitivo para um outro complexo, a mensagem tende a ser também mais complexa.
As normas fundamentais que governam a “equivalência” de entidades semióticas na tradução são; a Adequação, quando a tradução estás mais próxima do texto de partida; e a Aceitabilidade quando está mais próxima do texto de chegada.
Expressões presentes no texto que nos suscitaram duvidas;stylistic comparee”, deduzimos que seja comparações de estilos entre as diversas semióticas; umkodierung, que pensamos que seja descodificar
Telma Lal e João Grilo

Aula 10/03: Guião de Análise para anúncios televisivos "Coca-Cola for Everyone"

Na coluna dos links da direita, em cima, encontram diversas versões, para diferentes países ou públicos, de um anúncio televisivo que ficou conhecido por "Coca-Cola for Everybody". Uma vez que o primeiro destes foi o produzido pela McCann-Erikson para a Argentina, primeiro em versão inglesa e depois espanhola, consideraremos o primeiro destes (também o primeiro a ser visionado em Coca-Cola for Everyone Around the World) como o texto-base para as restantes traduções/adaptações. A transcrição do inglês é a seguinte:


For the fat
For the skinny
For the tall
For the short
For those that laugh
For the near-sighted
For those who cry
For the optimistic
For the pessimistic
For those who have it all
For those who have nothing
For the open
For the players
For the closed
For the families
For the anxious
For kings
For the magicians
For the commited
For castaways
For rockers
For those that go
For those who ride the train
For the well-mannered
For those who suffer
For bikers
For the ones who were there
For the ones who work
For the ones who were here
For the romantics
For those who love you
For those who love you not
For those who love you a little
For those who love you a lot
For the tanned
For nudists
For the superstitious
For the originals
For jugglers
For the calculating
For the bald
For sportsmen
For those who read
For those who write
For astronauts
For twins
For the different
For clowns
For those who live alone
For those who live together
For the undecided
For kissers
For the first
For the last            
For men
For the cautious
For her
For musicians
For the transparent
For the strong
For the ones who excel
For the ones who participate
For the ones who add
For the ones who won’t be silent
For us
For everyone


Os grupos de trabalho, dividindo-se dois a dois - 1A e 1B + 2A e 2B - responderão às respectivas questões que lhes couberem, analisando comparativamente os vídeos do youtube indicados, nos seus aspectos áudio-visuais e verbais:

Grupos 1A e 1B: Análise de Coca-Cola for Everyone Around the World:
1. Considerando o espaço para que as diferentes versões foram produzidas, consegue caracterizar o públic-alvo por áreas geográficas e descortinar estratégias de "filtragem cultural" (ver antologia, artigo de Chesterman e Wagner, p. 72) que e devam às diferentes localizações?

2. Encontra outros factores que determinem alterações de intenção ou efeito comunicacional? Quais? (note que alguns anúncios para um mesmo país ou língua apresentam diferentes versões)

3. Após uma análise atenta das diferentes versões, sobretudo nas línguas que conhece (ou em legendagem inglesa), identifique e comente:
a)  Uma unidade audio-visual - um "frame" - que surja apenas numa das línguas/culturas.
b) "Frames" em que a mesma imagem seja utilizada em mais de uma língua/cultura, mas com a transmissão de uma mensagem verbal diferente
c) "Frames" em que uma mesma mensagem verbal ocorra em duas línguas/culturas diferentes, associadas a imagens díspares.
d) Os "frames" mais comuns a todos os anúncios e as diferenças mais flagrantes de tradução nas mensagens idênticas que veiculam.

4. Classifique quatro das diferenças que encontrou em 3 d) segundo a caracterização de estratégias tradutórias no artigo de Chesterman e Wagner.

5. Os principais elementos comuns que encontrou em 3.d) são os mesmos que surgem destacados no anúncio Coca-Cola for Everyone cosmopolita? Comente a selecção e a eficácia desse anúncio.

Grupos 2A e 2B: Análise de Coca-Cola for Everyone (Brasil)
1. A versão brasileira do anúncio é mais breve do que a primeira versão produzida na Argentina em inglês, cujo script acima se transcreve. Revendo a tipologia de estratégias tradutórias pragmáticas indicadas por Chesterman e Wagner (p. 72 da antologia), diria que se trata de uma mudança de nível de explicitação, de uma redução/omisão de informação, ou de uma tradução superficial? Justifique.

2. Revendo as estratégias sintácticas e semânticas indicadas pelo mesmo autor, indique e comente, comparando a versão brasileira com a argentina em inglês:
a) uma mudança de unidade ou de organização das unidades
b) uma mudança ao nível do sintagma, implicando também mudança de nível morfológico e de distribuição semântica
c) uma mudança de hiponímia

3. Concentre-se nos elementos não-verbais:
a) Encontra alterações ao nível das imagens? Exemplifique e procure interpretar.
b) Encontra alguma alteração ao nível de ritmo sonoro ou entoação? Qual/quais?

4. Comparando a selecção feita pela versão "Coca-Cola for Everyone Cosmopolita" quais das unidades seleccionadas são comuns à versão brasileira? Quais as unidades diferentes nesta última versão?

5. Comente as alterações de ênfase ou de enfoque temático operadas em Anúncio Propaganda Recombinante Coca-Cola

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Aula de 01/03: Guião de Leitura de Chesterman e Wagner, 2002

1. Quais os diferentes tipos de problemas e de estratégias correspondentes que podem ocorrer durante a actividade tradutória?
2. Que estratégias globais são identificadas? Explique-as por palavras suas. Pode-se estabelecer uma hierarquização ou relação de dependência entre essas estratégias? Como?
3. As estratégias textuais locais podem dividir-se, segundo Andrew Chesterman, em sintácticas, semânticas e pragmáticas.
3.1. Considerando o trabalho de tradução de uma receita de cozinha para uma publicação portuguesa específica, pode apontar exemplos em que julgue ser necessário aplicar estratégias sintácticas? Quais?
3.2. Considere agora os casos de "erros" de tradução que custaram dinheiro em publicidade, mencionados no texto da imagem abaixo. Consegue identificar que estratégias foram usadas nos casos em que se corrigiram esses erros, e pode dar sugestões de estratégias a utilizar para corrigir os restantes?
3.3.  As três primeiras estratégias textuais pragmáticas têm dois pólos de concretização. Identifique-os.

Modelos do Processo Tradutório (Christiane Nord)


De acordo com Christiane Nord, são três os modelos de processo de tradução: o modelo de duas fases, o modelo de três fases e o modelo circular (contínuo).
                  O modelo de duas fases consiste em duas fases cronologicamente sequenciais – a análise e a síntese. Esta fase é baseada na suposição de que a tradução é apenas uma operação de mudança de palavra para palavra. Demonstra, erradamente, que tudo o que o tradutor necessita é de uma certa competência na língua de partida, e dispor de um certo domínio na língua de chegada. O modelo de três fases distingue-se pela transcodificação, que se situa entre a análise e a síntese. A transcodificação consiste em relacionar o sentido da mensagem recebida com a intenção da mensagem alvo. É na fase de transcodificação do processo tradutório que o tradutor determina as suas estratégias. Nesta fase intermédia, o significado da mensagem recebida é relacionada com a intenção da mensagem de chegada, e é transferida para a língua alvo, com base na equivalência dos termos lexicais ou na função do texto de chegada, quando se verifica alteração de funções textuais. Não obstante, as limitações da tradução são representadas pela transcrição e pela liberdade de produção do texto. O modelo circular contínuo (looping) divide-se em três fases: na primeira, analisamos o propósito do texto de chegada; a segunda fase divide-se em dois passos: no primeiro, o tradutor tem apenas uma ideia geral do texto, enquanto no segundo passo analisa detalhadamente os pontos importantes para o texto de chegada. A terceira fase é a estruturação final do texto de chegada, é um processo contínuo.
                  É contraditório, porém, o facto do tradutor tanto poder ser o receptor o texto de partida, como o emissor do texto de chegada, tendo em conta que:
 1) existe uma instância emissora anterior, que é o autor do texto de partida
2) é na fase de transcodificação que o tradutor descobre o seu papel de emissor, relativamente à cultura de chegada; daí que na sua proposta de modelo tradutório, Nord faça coincidir o início da tarefa de tradução com o propósito do texto de chegada.
                  A função do texto é determinada pela situação de comunicação, onde este está, ou será, produzido. Este aspecto relaciona-se com a capacidade do tradutor para se adaptar às diferentes funções que um texto estabelece, conforme a situação comunicativa, aplicando-se tanto ao texto de partida, como ao de chegada. O tradutor é um dos possíveis receptores do texto de partida, e a sua opinião não pode ser encarada como definitiva. Tomemos como exemplo este caso: É gravada nos EUA uma entrevista a Renato Seabra, e a Nova Gente pede uma tradução da transcrição, a fim de utilizar a informação como notícia central; o tradutor, tendo em conta a natureza social da revista e o facto de o entrevistado ser uma figura na sociedade portuguesa, negligencia os aspectos que têm uma importância secundária para a revista; ou seja, apesar do texto de partida, o traduzir tem de se adaptar à realidade para a qual está a traduzir, i. e., ao escopo do texto de chegada.
                  Vermeer criou a teoria do escopo ou propósito. Orientado socioculturalmente, desenvolveu-a com uma aproximação à tradução, tornando-a o seu conceito mais funcional. A teoria do escopo é orientada para factores contextuais que incluem a cultura do texto de chegada e do cliente que solicita a tradução, assim como a sua função na cultura de chegada.
A relação entre o texto de chegada e o texto de partida é definida pelo objectivo da tradução, ou seja, é precisamente o seu propósito. O objectivo/escopo do texto de chegada não tem de ser idêntico ao escopo o texto de partida, mas para a tradução poder ser levada a diante, o tradutor tem de conhecer o propósito do texto de partida, para garantir que o texto é elaborado em conformidade com o seu escopo.

Cláudia Frederico, N.º 42322
Joana Braga dos Reis, N.º 41243

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Trabalho Teórico sobre Hatim 1998 (Pragmática) e Gouveia 2006 (Actos de Fala)


 Uma maneira de ajudarem as colegas será encontrarem  / inventarem mensagens de média correspondentes aos diferentes actos de fala, especificando os canais em que ocorrem (ver ponto terceiro do guião de leitura)

Segundo Basil Hatim, em “Pragmatics and Translation” (1998), a pragmática é um campo que estuda a linguagem em uso, tendo em conta os participantes e o contexto. Através desta, o tradutor consegue ter uma maior percepção e interpretação do texto com que trabalha, e consegue perceber a intenção do texto de partida, mesmo que implícita, e transmitir com eficácia essa mesma intenção para o texto de chegadaNo mesmo ensaio, supra-mencionado, Basil Hatim, afirma que quando alguém fala, normalmente não pratica apenas uma acção. Assim, faz-se distinção entre três níveis de acção: Primeiramente, temos o acto de enunciação ou acto Locutório, este é o mais básico e corresponde à pronunciação de palavras e frases que transportam determinada mensagem, e que é governado por regras que permitem a realização da intenção comunicativa. Os níveis seguintes só podem ser praticados a partir do acto locutório (ex. “Como está a correr o semestre?”). Em seguida, existe o acto ilocutório que usa um enunciado funcional para que uma acção apropriada à situação de comunicação seja realizada (ex.: felicitar, aconselhar, pedir, mandar, etc). Por fim, temos um acto que é praticado através de um acto ilocutório (que foi, por sua vez, praticado através de um acto locutório), este é denominado acto Perlocutório. Pode dizer-se que tem a ver com o efeito que a compreensão de determinado acto ilocutório do falante, provoca no ouvinte. Estes são produzidos a fim de realizar o acto ilocutório do falante. Alguns actos perlocutórios são o acto de Convencer, Persuadir, Atrapalhar, Surpreender, assustar, etc Os actos ilocutórios, como refere Gouveia (2006), podem dividir-se em cinco categorias: Assertivos, transmitem uma percepção de verdade sobre o mundo. Directivos, cuja função é levar alguém a realizar determinada tarefa (ex. “Emprestas-me esse livro?”; “Vai-te deitar já!”; “Queres vir à praia comigo?”); Compromissivos, remetem para a obrigação de o locutor realizar uma acção (ex. “Prometo não me atrasar para o concerto.”; “Aceito ir contigo à praia.”); Expressivos, dizem respeito expressão de sentimentos face ao mundo (ex. “Obrigada por teres vindo.”; “Desculpa mas não posso ir sair hoje.”); Declarativos, são actos ilocutórios que têm como função provocar alterações no mundo (ex. “Demito-me!”; “Eu te baptizo (…)”).
Os falantes podem muitas vezes querer dizer algo que vai além daquilo que se diz, isto é; podem querer insinuar algo que não foi dito directamente, e nesse caso cabe ao ouvinte a tarefa de descodificar esse significado. Grice (1975) propôs o termo Implicatura para designar aquilo que é insinuado ou sugerido por um falante. Sabendo-se que para haver comunicação tem que haver dinâmica na interacção entre os falantes, Grice criou também o Princípio de Cooperação. Este orienta a interacção entre os falantes com base em um conjunto de “Máximas Conversacionais” (Quantidade, Qualidade, Relevância, Modo), para que possa haver progresso na comunicação.

Adriana Louro de Jesus - Nº: 39260
Maria João Pessoa  - Nº: 41261
Paula Guerreiro – Nº: 41218

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Trabalho Teórico sobre "Linguistics and Poetics" de Roman Yakobson, 1960


 Podem começar a comentar. Um ponto de partida pode ser a vossa opinião sobre os factores constitutivos da comunicação mais relevantes ou específicos na Tradução para os Média. 

No ensaio “Linguística e poética”, Roman Jakobson identifica seis factores constitutivos na comunicação verbal: emissor e receptor (quem envia e quem recebe a mensagem); mensagem, na qual se podem transmitir diversos tipos de conteúdos; canal ou contacto, sendo este o canal físico e ligação psicológica estabelecida entre emissor e receptor; código, que deve ser comum a ambos; e o contexto, conceito ambíguo e conceptual, mas necessário para que a mensagem seja operativa.
Destes factores, e no âmbito da tradução para os media, o receptor é um factor relevante, uma vez que a mensagem o procura cativar e persuadir e ela é moldada consoante o seu público-alvo. É, assim, também importante a própria mensagem que se pretende passar (o seu conteúdo e estética).
Segundo Jakobson, a predominância de um destes factores constitutivos, determina uma diferente função da linguagem. Assim, a função referencial, denotativa ou cognitiva, em que a mensagem se orienta para o factor contexto, a linguagem transmite significados ou conceitos. A função emotiva ou expressiva, centra-se no emissor, na sua atitude, a qual deixa sempre uma marca na mensagem, a função conativa é uma função apelativa, centrada no factor receptor, isto é, há uma relação entre o autor e o receptor que se expressa através de apelos ou ordens, de frases imperativas e uso de vocativos. A função fática corresponde ao factor canal, e proporciona as condições de comunicação. Por último, Jakobson identifica a função metalinguística, centrada no código, que tem como objecto a própria linguagem e o seu sentido como quando emissor e receptor precisam de verificar se estão a usar o mesmo código. No entanto, o autor, quando refere a função conativa, faz ainda referência a uma função mágica ou encantatória, a qual seria a transformação de uma terceira pessoa, ausente ou inanimada, em receptor da mensagem conativa.
Neste estudo da relação entre poesia e linguística, Jakobson refere ainda que os dois modos básicos de organizar o discurso verbal são a selecção e a organização. As palavras são primeiro seleccionadas num eixo paradigmático (de equivalências) e depois combinadas numa sequência no discurso.
Pode-se comentar, a propósito deste ensaio, que o seu rigor científico o afasta de aspectos práticos do uso da língua como, por exemplo os contextos situacionais, as emoções, a ironia, casos em que, na comunicação verbal, a forma e a função se encontram separadas.

Beatriz Ramirez      41253
Maria do Rosário Santos    41468
Rute Correia  nº 42327
Zeila Santos  nº 41500

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aula 24/02: Toury, 1986 - mais um pré-guião de leitura detalhada do que um guião...

1. Qual a perspectiva sócio-cultural que subjaz à acepção de "semiótica da cultura"?

2. Segundo o Autor, qual o aspecto distintivo do processo de tradução enquanto actividade semiótica?

3. Procure definir os termos "entidade semiótica" e "sistema semiótico", se necessário recorrendo a exemplos.

4. O Autor decompõe "tradução" como uma noção susceptível de se decompor em três termos básicos de operação e análise: o processo de tradução (translating), o produto traduzido (translation) e a traduzibilidade ou potencial de transferência (translatability). Propõe-se que os dois grupos, A e B, encarregues de tratar este texto, contribuam para elaborar um guião de ajuda à leitura dos colegas, isolando os tópicos e subtópicos tratados pelo Autor relativamente a cada um destes termos. O grupo A abordará o processo tradutório / actividade de traduzir (translating), esquematizando os aspectos que lhe são imputados, da p. 1128 à 1134. O grupo B abordará a tradução como produto ou facto (translation) e as condições de traduzibilidade, esquematizando os pontos relevantes compreendidos por estes termos, da p. 1134 à 1138.

Grupo A
- relativamente à actividade tradutória: são apresentadas duas tipologias de actividade tradutória, de Yakobson e de Toury. Que elementos contemplam? Qual a novidade introduzida por Toury?
- relativamente ao processo tradutório: quais as etapas contempladas por Toury?

- quais os critérios enunciados para uma tipologia do processo tradutório?

Grupo B
- quais as condições necessárias para considerar um texto como uma tradução?
- o que é uma pseudo-tradução?
- o que distingue a tradução (enquanto produto) do processo de traduzir?
- quais as "leis" da traduzibilidade?
- o A. aponta duas normas fundamentais em termos de "equivalência" em tradução. Quais são?

5. Ambos os grupos deverão assinalar partes, afirmações ou expressões que julguem incompreensíveis, transcrevendo-as, especulando sobre o seu sentido ou a sua aplicabilidade, e/ou indicando o que nelas parece problemático.

Aula 22/02: Guião de Leitura de Christiane Nord, 1991

1. Quais os modelos de processo de tradução discriminados  pela autora e em que se distinguem?

2. Em que fase do processo tradutório é que o tradutor determina as suas estratégias?

3. A autora refere-se ao "escopo da tradução" (translation skopos) e ao "escopo do texto de chegada" (TT skopos). Como o pode definir? (encontra mais info na entrada "skopos theory" da Routledge Encyclopedia of Translation Studies de 1998, da autoria de Christina Schaffner, aqui reproduzida)

4. Justifique a seguinte frase: "It therefore seems contradictory to maintain that the translator can be both ST recipent and TT sender at one and the same time." (p. 32 - 50 do caderno de textos de apoio)

5. Esclareça o sentido do seguinte passo, ilustrando com exemplos: "text function is established in and by the communicative situation, and this applies to both the source and the target text. Accordingly, there is no such thing as a source text with a text-immanent function. Rather, we have to assume a greater or smaller variety of different ST versions each with a different function." (p. 32 - 59 do caderno de textos de apoio) 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Aula de 17/02: Chesterman e Williams, "Relations Between Variables", 2002


1. O que é uma variável? Dê um exemplo de variável em tradução.

2. Que relações podem existir entre variáveis?

3. Que variáveis textuais são contempladas por Chesterman e Williams?

4. Quais as variáveis contextuais previstas pelos autores?

5. Consulte a página 55 do Caderno de Textos de Apoio onde encontra uma síntese de Alexandra Assis Rosa das variáveis contextuais identificadas por Christiane Nord em tradução. É possível enquadrá-las todas na tipologia de Chesterman e Williams? Quais as sobreposições e quais os acréscimos?

6. Encontre um ponto de controvérsia ou crítica nas propostas de Chesterman e Williams.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Aula 15/02: Guião de Leitura para Hatim, 1998 e para Gouveia, 2006

1. O que é, em termos linguísticos, a pragmática? Que relevância pensa que pode ter essa área para a tradução?

2. Distinga entre actos de fala locutórios, ilocutórios e perlocutórios  (Hatim 1998)?

3. Explique, por palavras suas, cada um dos actos ilocutórios listados por Gouveia 2006 (excepto "declarações assertivas") e exemplifique, sempre que possível, com uma mensagem de média, especificando o canal em que podia ser utilizada.

4. O que é a "implicatura" e qual a relação deste conceito com as máximas definidas pelo "Princípio de Cooperação" de Grice? (Hatim 1998)

Aula 15/02: Guião de Leitura para Jakobson, 1960 (p. 66-71)

1. Redija uma breve definição descritiva (máx. 2 linhas) para cada um dos factores constitutivos da comunicação verbal, segundo o Autor.

2. Desses factores, qual/quais lhe parece(m) mais relevantes para a tradução para os média? Porquê?

3. Redija uma breve definição descritiva (máx. 2 linhas) para cada uma das 6 funções de linguagem discrimadas pelo Autor, sem esquecer de referir qual o factor constitutivo da comunicação verbal a que correspondem.

4. O Autor refere mais alguma função de linguagem além das seis principais? Qual/quais? Como se define(m)?

5. Quais os dois modos básicos de organização do discurso verbal, segundo o Autor, e como operam?

6. Encontre um ponto deste ensaio que lhe mereça uma crítica ou contra-argumentação.

Aula de 10/02: Guião de Leitura para Rosa, 2006

Ensaio "Tradução para os Média na FLUL", da mesma autora, em português, aqui

1. Qual lhe parece ser a auto-percepção da língua portuguesa, face aos números relativos de produtos traduzidos e em língua nativa nos média em Portugal?

2. Cinema, Televisão, Vídeos, Livros, Teatro - agrupe, por ordem decrescente, os canais mais dependentes de tradução.

3. Relativamente aos canais em que nos são apresentados dados de vários anos, qual lhe parece ser a tendência relativamente à oferta de produtos traduzidos nos media em Portugal (a resposta só se encontra no ensaio dos Cadernos de Texto de Apoio ou em versão pdf)

4. Refira quais os conteúdos programáticos do programa de Tradução para os Média na FLUL que considera mais relevantes, tendo em conta que este ano não haverá módulo de "Tradução para Ópera", mas em contrapartida se contemplam os tópicos de "Tradução e Publicidade" e "Tradução em Ambientes Digitais / Net".

Aula de 10/02: Guião de Leitura de Gambier e Gottlieb, 2001

1. Porquê o título com uso de parêntesis em (Multi)media Translation?

2. Quais os principais meios e suportes de transmissão referidos para este tipo específico de tradução?

3. Sublinhe os termos que lhe pareçam "jargão" desta disciplina.