terça-feira, 1 de março de 2011

Aula 03/03: Estratégias de Tradução, por Chesterman e Wagner, 2002



No texto de Chesterman e Wagner, “How do I get there?”, são-nos apresentados diferentes problemas, com diferentes soluções, que podem surgir durante a actividade tradutória, sendo estes problemas de pesquisa, de bloqueio e textuais. Chesterman debruça-se essencialmente sobre os problemas textuais, que consistem em dificuldades com partes especificas do texto, metáforas, perguntas retóricas, expressões idiomáticas, entre outras dificuldades, sendo algumas estratégias o uso de notas de rodapé, neologismos e estrangeirismos. 
As estratégias globais referidas no texto são: a Adaptação que consiste no adaptar o texto à CC, apagando qualquer ligação ou referencia à CP; a Estrangeirização na qual se mantêm intactas as referencias à CP; a Simplificação que consiste na simplificação de linguagem técnica; a Explicação que é o acrescentar notas, explicar conceitos desconhecidos e siglas – note-se que se trata de um esclarecimento paratextual (i. e., através de mensagens que são indicadas como não fazendo parte do TP) e não de uma facilitação dentro do texto; a Condensação que consiste no sintetizar da mensagem principal; a Tradução Literal que visa mostrar o que diz o TP da forma mais intransigente possível. Existe uma hierarquia entre estas estratégias globais, na qual a Adaptação engloba a simplificação e a condensação e a Estrangeirização utiliza a explicação e a tradução literal.
As estratégias sintácticas que possam ser necessárias aplicar numa tradução de uma receita de cozinha para uma publicação portuguesa específica podem ser a tradução literal (ex.: peel the potatoes/descascar as batatas), os empréstimos (ex.: take-away service/ serviço de take-away), a mudança de unidade (ex.: this is easy to cook/ isto cozinha-se com facilidade(alteração de morfema).
Diversos dos exemplos presentes na imagem, como o problema da Coca-Cola, da Honda e da campanha do EUA, foram solucionados através da paráfrase, de modo a manter o objectivo da campanha, mas adaptando a linguagem e significados à CC. O exemplo da Coca-Cola pode ao mesmo tempo ser considerado uma “filtragem cultural” por adaptar o uso de fonemas para reproduzir o nome da marca, acrescentando ainda uma estratégia semântica, em que se muda da figura de estilo da aliteração para a metáfora / imagem (mudança de tropo).
As estratégias pragmáticas de filtragem cultural, alteração de explicitação e alteração de informação têm dois pólos de concretização, um dos pólos é fazer acrescentos ao texto, o outro pólo é omitir partes do texto. Na filtragem cultural isto acontece porque, por vezes, é preciso mudar os termos específicos da CP para adaptá-los à CC ou usarem-se estrangeirismos; na alteração de explicitação pode-se explicar o que está implícito no texto se não for informação partilhada pela CC ou pelo contrário omitir e esperar que o leitor deduza caso seja algo comum a ambas as culturas; na alteração de informação pode-se introduzir texto que é relevante para o leitor e não existe no texto de partida ou omitir informações irrelevantes para a compreensão do texto.
Trabalho de Frederica e Nuno 

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